Pesquisar preços é uma das melhores recomendações na hora de cotar o seguro do carro, pois é possível encontrar diferenças de preços de até 200% entre uma seguradora e outra, apesar de a apólice, o veículo e o cliente serem os mesmos. Como explicar tanta disparidade?
O cálculo desse preço envolve a experiência e os fatores de risco (modelo, local, ano, idade, quilometragem). Tais dados alimentam programas de cálculos estatísticos, que vão estipular o valor do seguro.
Depois, são acrescidos comissão do corretor, despesas administrativas da seguradora, impostos e o lucro.
Se não houvesse concorrência, as diferenças entre preços seriam ínfimas. As variações dependem da estratégia de cada seguradora, que decide se vai cortar custos ou reduzir margem para ter um preço mais competitivo, ou se eleva os preços para lucrar mais. Cada seguradora calcula seus preços a partir das próprias estatísticas e experiências, além de suas estratégias de mercado serem diferentes. Um cliente pode ser considerado interessante para uma empresa e ser visto como encrenca para outra. “Uma seguradora pode ter uma estratégia mais agressiva que a outra para determinada fatia do mercado”, afirma Fernando Cheade, superintendente executivo de automóveis da Bradesco Auto.
As seguradoras costumam rever mensalmente os preços de suas apólices, ajustando-os a oferta, demanda e sinistralidade. Seguros baratos hoje podem estar mais caros amanhã, e vice-versa. Mudanças nos roubos de alguns ocorrem todo o tempo, e esse é um dos fatores que mais influenciam os preços.
A diferença de preço é também uma forma de selecionar a carteira. “É um modo de a seguradora se proteger de riscos que ela não quer correr. Assim, em vez de dizer não, ela cobra mais caro e o cliente vai embora naturalmente”, diz Pedro Pimenta, superintendente de automóveis da Allianz Seguros.
Os serviços adicionais são peça importante do marketing, contudo sua influência sobre o preço final é pequena, pois eles tendem a ser parecidos. Mas atenção: às vezes, você pode estar pagando por um serviço que não vai usar nunca, e isso é jogar dinheiro fora.
por Ana Borges - Revista Quatro rodas